Publicado em: 30/10/2014 às 16:25

Prefeitura fecha e população fica sem transporte escolar e coleta de lixo

(Foto: Osmilvan Oliveira)

(Foto: Osmilvan Oliveira)

A Prefeitura de Jaicós, a 358 quilômetros de Teresina, está fechada há 15 dias porque o fornecimento de energia foi suspenso por falta de pagamento. A cidade também está sem o serviço da coleta de lixo e os funcionários da prefeitura estão há mais de três meses sem receber salários.

O transporte escolar não foi pago e os estudantes estão sendo transportados em caminhões. A denúncia foi feita pelo vice-prefeito da cidade, Ogilvan da Silva Oliveira, que afirmou que vai encaminhar o caso para o Ministério Público.

Jaicós é uma das 203 cidades piauienses que decretaram situação de emergência por conta da estiagem. O Açude Tiririca que abastecia o município secou e o fornecimento de água para os mais de 18 mil habitantes foi interrompido. Agora as famílias estão tendo que comprar água.

De acordo com Ogilvan, as dívidas são superiores a R$ 1 milhão, o que não justifica, pois segundo ele o município recebeu nos últimos dois anos cerca de R$ 52 milhões. “A cidade está um caos, não temos água, não temos energia na prefeitura, nas secretarias, a prefeita exonerou muitos servidores alegando cortes de despesas por falta de recurso, mas isso não justifica. O que foi feito com o dinheiro recebido no município? As pessoas estão tendo que comprar água, até mesmo o meu salário está atrasado há dois meses”, contou o vice-prefeito.

Em consulta ao Portal da Transparência a reportagem verificou que o orçamento previsto para este ano na cidade é de R$ 23.287.215,21 milhões.

Em Jaicós há apenas dois carros para fazer a coleta de lixo, mas segundo o vice-prefeito, o serviço também foi suspenso por falta de pagamento. A casa de apoio que amparava pacientes em busca de tratamento médico em Teresina está fechada e o carro que os transportava ficou parado.

“Temos pessoas com câncer e várias outras doenças que precisam desses serviços, pois fazem o tratamento na capital ou em outra cidade e não podem interromper. A cidade não tem uma escola nova ou reformada, os serviços não estão funcionando, os funcionários não estão recebendo seus salários, o carro-pipa que abastecia as famílias parou de rodar. O município recebe por mês cerca de R$ 1,7 milhão e eu quero saber o que está sendo feito com esse dinheiro”, explicou.

Segundo ele, o caso será encaminhado para o Ministério Público para que uma providência seja tomada. “A população está reclamando, cobrando providências e diante dessa realidade eu estou organizando os documentos para encaminhar o caso para o Ministério Público, isso precisa ser resolvido”, disse Ogilvan.

O G1 tentou falar com a prefeita de Jaicós, Valdelina Crisanto, mas conseguiu contato apenas com o secretário de saúde que é marido da prefeita. Crisanto Neto, confirmou a falta de energia no prédio da prefeitura e afirmou que o desequilíbrio na prefeitura é devido à dívidas deixadas pela administração anterior.

“O corte de energia é em decorrência de um débito do Hospital Florisa Silva deixado pela administração passada. Pegamos toda a dívida e parcelamos tudo e estávamos pagando direito, mas atrasamos esse mês e por isso eles cortaram a energia. Os funcionários estão com apenas um mês atrasado que é o mês de setembro, que era para pagar no dia 10 de outubro, mas ainda não conseguimos pagar devido aos grandes débitos deixados pela administração anterior. Esses funcionários são apenas os do gabinete do prefeito, da Secretaria de Finanças e Administração e da Secretaria de Obras e Agricultura, ”, justificou o secretário.

Em relação ao funcionamento dos órgãos públicos, Crisanto afirmou que a Secretaria de Saúde e de Educação estão funcionando normalmente.

“Temos uma dívida de cerca de R$ 900 mil, porque a administração passada deixou de pagar quatro meses de salário de algumas secretarias e um mês da de Educação. Estamos pagando parcelamento de pagamentos atrasados da Eletrobras, INSS, Agespisa e várias outras. A obrigação de pagar dívidas antigas nos prejudica na hora de pagar as nossas contas. Em relação à água, quem paga no município é a prefeitura, porque a Agespisa está deficitária. Estamos em desequilíbrio por dívidas dos outros, mas já estamos estudando para resolver os problemas”, falou.

Fonte: G1

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