Publicado em: 03/08/2015 às 11:30

Piauí está entre os cinco Estados que mais escravizaram trabalhadores em 2014

trabalhoinfantil1De acordo com Manoel Simão, secretário de Assalariados Rurais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Piauí (FETAG), o Piauí está entre os cinco Estados que mais escravizaram trabalhadores em 2014. Por isso, é necessária uma ação mais integrada do poder público e da sociedade civil. Segundo ele, o trabalho de combate à escravidão é muito bem realizado pelas entidades que compõem o Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo do qual a FETAG é uma das entidades fundadoras.

 No Piauí, umas das formas de combater o trabalho escravo é resultado de um termo de cooperação, firmado em novembro de 2014, entre a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), em Teresina, representada pela (FETAG PI).

A cooperação prevê a realização de ações do Projeto “Consolidando e Disseminando Esforços para o Combate ao Trabalho Forçado no Brasil e no Peru”. Entre as atividades previstas pelo termo estão oficinas de capacitação que visam a aumentar o acesso à informação sobre o tema e estimular a realização de denúncias pelas vias formais.

O termo de cooperação também prevê a elaboração e publicação de manual para as atividades formativas, uma cartilha e um portal na internet com canal de denúncias e de pedidos de fiscalização pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Segundo dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), nos Estados do Piauí e Ceará, durante o ano passado, foram encontrados 190 trabalhadores e, identificados 155 em condições análogas às de escravo, somente na atividade de extração do pó da palha de carnaúba. Desse total, 61 trabalhadores foram encontrados em Picos, região Sul do Piauí, e 52 em Parnaíba, região Norte, totalizando 113 trabalhadores no setor de extração do pó da palha de carnaúba.

Eles eram submetidos às rotinas análogas à de escravos, alojados no meio do mato, entre as árvores. Os trabalhadores não apresentavam qualquer sinal de acompanhamento médico, e alguns tinham cicatrizes de acidentes por falta de equipamento de proteção. A água que eles bebiam era retirada do rio e guardada em tambores impróprios para armazenar líquido para consumo.

A situação dos trabalhadores encontrados na ação apresentava diversas irregularidades. Dentre elas, o não pagamento de direitos trabalhistas. Os trabalhadores resgatados na região Norte do Piauí, em 2014, eram trazidos de outros estados, geralmente contratados por intermédio de pessoas que residem nos próprios locais de origem, normalmente a mando de representantes das empresas.

Fonte: Diário do Povo

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