Segundo relatos de populares da localidade “Encanto”, zona rural do município de Esperantina, por volta de década de 1940 aconteceu um fato que até hoje impressiona os moradores daquela região.

Conta os moradores que o fazendeiro Olavo ordenou a seus funcionários (vaqueiros), que fossem capturar um boi de sua propriedade que estava solto na região do povoado lagoa seca. Os vaqueiros passaram várias horas procurando o boi que era carinhosamente chamado de “asa branca”, e não lograram êxito.

Como os vaqueiros não conheciam muito bem as estradas, pediram ajuda a um senhor chamado de Feliciano Cunha (que trabalhava confeccionando chapéu de palha). A partir de então, Feliciano saiu também à procura do “boi asa branca”, sendo que após algumas horas chegou a localizá-lo na localidade “sitio da vitória”.

O boi parecia estar bravo, e logo quando avistou Feliciano foi em direção a ele, dando-o várias chifradas e pisoteadas, o que culminou em sua morte. O ocorrido foi assistido de perto pelos vaqueiros que estavam também à procura do animal. Ninguém teve coragem de enfrentar o enfurecido boi e/ou de evitar o acidente.

A morte trágica de Feliciano deixou todos os moradores da redondeza em estado de choque. O proprietário do boi (Olavo), ficou sabendo do trágico acidente por populares que se dirigiram até a cidade de Esperantina (a cavalo) para dar a triste notícia para o fazendeiro.

Olavo foi logo informado que o boi continuava solto e que ninguém estava tendo coragem de capturá-lo, foi a partir daí que ele se dirigiu até o local onde o boi estava (sitio da vitória) acompanhado de um policial. Quando Olavo avistou o boi, deu ordem para que o policial o executasse, e com apenas um tiro o boi morreu. No velório de Feliciano, o fazendeiro Olavo era um dos mais inconformados com o acontecido, ele chorava e lamentava a todo instante a morte do morador.

Durante o sepultamento de Feliciano, um senhor conhecido por “Manuca”, colocou o galho de árvore seca próximo a cruz da sepultura que estaria sendo enterrado o defunto. “vou colocar aqui esse galho para salvar os próximos que porventura venha a fugir de algum boi”, disse Manuca.

O que ainda hoje impressiona a todos os moradores da região e que o pequeno galho de árvore seco acabou virando uma bonita árvore florida. O corpo de Feliciano Cunha está enterrado no cemitério da Chapada, próximo a localidade lagoa seca.

E a árvore que até pouco tempo dava uma boa sombra, foi queimada por algum desavisado que fazia a limpeza do cemitério.

Confira fotos do cemitério onde Feliciano está sepultado:

Cemitério da Chapada (zona rural de Esperantina)

Sepultura do Feliciano (in memorian)