Publicado em: 15/08/2016 às 00:49

Floriano é uma das cidades com maior índice de hanseníase do país

hanseniase01-940x500Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Secretaria Municipal de Saúde de Floriano apontou que a cidade é a 48ª no ranking de casos de hanseníase no país. Durante a pesquisa, foi feito um resgate das notificações entre os anos de 2001 a 2014. O resultado foi apresentado na última quinta-feira (11) em Floriano.

A pesquisa faz parte do projeto intitulado de Integrahans/Piauí e durante esses dois anos foram desenvolvidas ações que contemplaram a atenção integral às pessoas com hanseníase e a qualificação de profissionais. Segundo Telma Evangelista, coordenadora estadual do projeto, o projeto iniciou no fim de 2014, mas a coleta dos dados ocorreu em 2015 e em 2016.

“Todas as pessoas que tiveram hanseníase no período de 2001 a 2014 foram atendidas pelo projeto. Não só quem teve os casos, mas também os contates residentes e sociais dessas pessoas também foram abordados nessa pesquisa, que também foi desenvolvida em Picos”, falou a coordenadora.

No decorrer da pesquisa, os profissionais tiveram contato com 373 pessoas que contraíram a doença e com outras 545 que tiveram contato com essas pessoas. O estudo mostrou que Floriano tem cerca de 40 casos de hanseníase para cada 10 mil habitantes. O recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de um caso para cada grupo de 10 mil.

Floriano e Teresina são os primeiros colocados no Piauí nos casos de hanseníase. O objetivo da pesquisa é evidenciar a situação para colaborar com a melhoria no atendimento aos pacientes e cobrar das autoridades ações que tirem a cidade de Floriano da triste estatística.

CAPITAL- Dados parciais da Fundação Municipal de Saúde mostram que Teresina registrou, no ano de 2015, 364 casos de hanseníase, dos quais 19 foram em crianças. Trata-se de uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leaprae. A doença é transmitida de uma pessoa doente que não esteja em tratamento para uma pessoa saudável suscetível.

SOBRE A DOENÇA: A hanseníase tem cura e que, quanto mais cedo diagnosticada e tratada, menores são as chances de sequelas como incapacidades e deformidades físicas. “Estas complicações são responsáveis pelo preconceito e discriminação em torno dos portadores de hanseníase. Mas na verdade, se trata de uma doença que não tem perigo de transmissão uma vez que se inicia o tratamento”, esclarece Kelsen Eulálio.

Além disso, grande parte da população é imune ao agente causador da lepra.  “Apenas 10% das pessoas que o contraem têm a possibilidade de desenvolver a hanseníase”, informa o médico da Dilhermando Calil, da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). Uma vez no corpo, esse bacilo trava uma luta contra o sistema imunológico e ataca não só a pele, mas também nervos periféricos, músculos e, em casos graves, até outros órgãos, podendo causar sequelas como cegueira e paralisia. O período de incubação da bactéria vai de seis meses a seis anos.

O principal sintoma da doença é a presença de manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas na pele, com alteração de sensibilidade, nódulos (caroços doloridos), edema (inchaço) e/ou acometimento de nervos periféricos (espessamento e/ou dor).

“Na presença de algum desses sinais suspeitos, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa”, alerta o coordenador. O tratamento dura de seis a 12 meses, é totalmente gratuito e está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde do município.

Fonte: Diário do Povo

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