Publicado em: 12/03/2012 às 18:40

Bispos do Piauí rejeitam candidatura de padres a cargos políticos e fazem criticas

No Piauí o padre Walmir será candidato a prefeito de Picos nas eleições de 2012 pelo PT. O padre justifica sua candidatura afirmando que a situação de Picos é de emergência. No entanto, os bispos do Piauí, reafirmaram em carta ao público que são contra a candidatura de sacerdotes a cargos políticos no Estado.

Os bispos citam ainda na carta um refrão do discurso do Papa Bento XVI em visita ad limina 2009.

“Os sacerdotes devem permanecer afastados de um engajamento pessoal na política, a fim de favorecerem a unidade e a comunhão de todos os fiéis e assim poderem ser uma referência para todos”.

Confira carta publicada na íntegra:

Os Bispos do Piauí, membros da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Nordeste IV, na qualidade de pastores de suas comunidades, desejam iluminar o cenário das próximas eleições municipais oferecendo pensamentos e reflexões que possam contribuir para o aprimoramento do processo eleitoral.

Reafirmamos nossa convicção no valor e importância da atividade política como serviço ao nosso povo, amparados sobretudo no testemunho de Jesus Cristo: “O Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir, e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos” (Mt 20,28).

No exercício da atividade política, justifica-se a organização partidária que se reveste de princípios e visa alcançar o poder para transformá-lo em serviço eficaz ao povo. Nossa prática tem demonstrado, infelizmente, vícios e distorções que obscurecem o brilho de setor tão fundamental para nossas vidas.

Níveis altos de desobediência às leis, como compra de votos, conchavos interesseiros, uso de dinheiro público em campanhas eleitorais, levaram a sociedade a se movimentar pela aprovação da Lei da “Ficha Limpa”, recentemente aprovada pelo Supremo Tribunal Federal. Nada mais justo, pois, do que batalhar por uma eleição limpa, confiável e que devolva esperança ao povo. E apostamos na possibilidade de termos militantes políticos com ficha limpa. Ao contrário, com o povo, sobretudo os pobres, desaprovamos os corruptos e aproveitadores.

Recomendamos vivamente à sociedade organizada a implantação de Comitês contra a corrupção eleitoral, de acordo com a Lei 9840/99, como contribuição para uma eleição transparente e limpa.

Preservando nossa identidade católica, queremos externar nossa rejeição a candidatos que não primam pelo bem comum, não defendem o direito e a justiça, não promovem nem defendem a vida, e ainda, aprovam o aborto e a eutanásia, em frontal desrespeito aos valores humanos e cristãos. O bom político estará sempre em sintonia com o povo que representa. Além disso, somos parte de uma sociedade cuja maioria valoriza a família e a vida.

Por fim, reafirmamos nossa confiança e concitamos mesmo os leigos a ocupar seu lugar numa autêntica militância que nos leve a “novos tempos” (Cf. DAp 505-507). “O vasto e complexo mundo da política, da realidade social e da economia, é campo próprio dos leigos”( EN 70). “Os sacerdotes devem permanecer afastados de um engajamento pessoal na política, a fim de favorecerem a unidade e a comunhão de todos os fiéis e assim poderem ser uma referência para todos”( Bento XVI, Visita ad limina 2009). Reiteramos o nosso pronunciamento publicado referente as eleições de 2008.

Acompanharemos a todos com nossas orações, como cidadãos e Pastores.

Fonte: GP1

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